domingo, 1 de maio de 2011

"deixe seu recado após o bip"......

Conheci essas pessoas num parque de São Paulo.
Sempre que tenho folga, gosto deste tipo de passeio, São Paulo tem parques maravilhosos para se passear e desacelerar  a correria do dia a dia.
Foi nesse clima tranqüilo que conheci um pouco da loucura real de pessoas reais.
Os relacionamentos! Um dia terá alguém que os explique? Um dia todos poderão jogar, e ganhar, o jogo da sedução?
Ele era um homem de postura elegante, bem barbeado e  penteado, de altura mediana, pele morena, de um bronzeado que chamava atenção, não era de sol, era uniformemente, bronzeadamente bonito e jovial, tinha um sorriso no olhar. Ela era branca, cabelos cumpridos e claros, era jovem e usava roupas que chamavam atenção pela deselegância discreta de uma menina.
Num grito ela acabou com o silencio tranqüilo da manhã de domingo preguiçosa, não houve quem não se assustasse, ele a fitou já sem sorriso, levantou a mão, parou, pensou, e a deixou, ela chorou desesperadamente, depois de algum tempo sentou-se no mesmo lugar.
Me aproximei com uma garrafa de água e lhe ofereci para se acalmar, ela recebeu e fez gesto para me sentasse também, entre soluços bebeu água, enxugou as lagrimas que nem criança que caiu e a mãe a levantou e  relatou o acontecido, o motivo para aquela discussão explosiva no meio do domingo.
Seu nome era  Kristini, e disse que passou a tarde de sábado tentando falar com ele por todos os canais possíveis, telefone, MSN, e-mail, ele só aparecia  of line, invisível , indisponível, na caixa postal, e ela sabia que estava lá, porém não a atendia.
Durante duas semanas saíram, achava que estavam ficando, namorando, nem conseguia definir direito qual era o tipo de relacionamento que tinham, era  moderno, descompromissado, e isso  a deixava insegura, estava carente, precisava de  mais que um relacionamento moderno, confessou já ter trinta e desejava uma vida a dois, um casamento, família, filhos e tal.
Quando disse isso ele pirou, era separado, já tinha filhos, um deles era adolescente prestando vestibular e pintando a cara, era um quarentão bem resolvido que queria ficar só, e sair para curtir, não tinha medo da solidão, pelo menos não demonstrava ter .
Se encontraram num desses lugares onde todo mundo espera por alguém para que aconteça alguma coisa, as pessoas tinham ares de liberdade moderna e  eram  bonitas, bem resolvidas afim de se divertir. Kris  chegou com um discurso de mulher independente, liberal, sem preconceitos, ele estava meio deprê por causa de um relacionamento que acabava, ela o norteou, ele adorou, mas não era bem assim!
Marlene Borges