segunda-feira, 13 de junho de 2011

Do mar vem....



Do mar vem....
Meu devaneio,das minhas ânsias, dores, desejos, sonhos,
Do mar vem...
Tua presença, minha crença que me percebes
Que me pertences, que sentes
Do mar vem...
Um palpitar, instigado por uma música vibrante,
Talvez delirante de febre que espera, e quer e pede, mas não fala,


Não diz o que o peito ardente, desejante de tudo que espera.
Mas não tem nada, não pode esperar, não pode querer, não pode.
Do mar vem...
Só a certeza que pode ser, limitado, por escolha, por viver calado.
Calado mas, só na voz, no som, o corpo fala, vibra, tilinta como sinos, dá sinais
Sinais, agitos carnais que tremem visivelmente a mera idéia que tu chegaste
do mar vem... Que NÃO me percebes,
Mas qual a importância?
Se podes escrever, podes então expressar em poemas tuas nuvens, tua chuva cai
Do mar vem...
O desejo de seguir só, destino comum a todos os homens em plena transformação,
Dessas que mudam não só a construção, mas vida, a visão.
Seguem assim nossas dores humanas que nos transformam em pequenas cabanas, choupanas sem espaço, feitas de aço, queremos gritar, mas se fizermos, nos transformamos em loucos, mais loucos do que a sanidade vista com a normalidade dessa sociedade, a loucura de querer, não ter, e mesmo assim se encontrar com a maturidade, sim porque as dores fazem crescer.
Merda para as dores, elas não fazem crescer...
Do mar vem...
Dentro de m'alma sinto, e minto a mim mesma, porque tenho medo, medo de mim dos sentidos que me tomam, de tudo que não li, de tudo que não fiz, não porque não vi, minha rimas pobre, são maçantes,massacram meus sentimentos num tédio infinito de dor, de ódio de indefinições, um mundo de indefinições, e palavras não ditas e mau ditas, e nulas, e pré silábicas, e meio gesticuladas.
Do mar vem...
Esses sentimentos calados que moem e remoem todos os ossos do meu corpo, massacram e sinto todos se quebrarem lenta e dolorosamente.
Do mar vem...
A verdade que me sonda, e é tão forte e dolorosa que desejava fosse mentira. O sossego se afastou de mim há tanto tempo que seu nome já me é estranho, as ondas do mar avesso a tudo que esperava, me enjoa, margeia a vida entre o hoje, o ontem e o depois....
Porque do mar vem ondas violentas, verdadeiras, fortes, que me invadem, não pra intimidar, mas para banhar, recomeçar e ser feliz!


Marlene Borges.