Faz tempo que não trago uma
história interessante por aqui. Tive algumas tristes, mas escrevi em outros
lugares, nem queria que elas fossem lidas, nem eu voltei lá para lê-las
novamente. Enfim, fui percorrer outros caminhos, mas senti saudades e encontrei
pessoas que contaram com bom humor e poesia algumas boas historias.
Essa veio de um encontro
repentino, tão repentino que nem a pessoa que contou sabe dizer ao certo qual
foi o ponta pé inicial desse jogo, diz ,sem muita convicção, que são três meses
de jogo, e ri dizendo que seja como for é sensacional!
Começamos conversando como
quem se encontra depois de muito, muito tempo , ironicamente,
estudávamos juntas, e nos víamos absolutamente todos os dias e até toda hora, e
enfim, a vida nos leva por caminhos diferentes e desencontrados, e para saber
das novidades e últimos acontecimentos sentamos e esquecemos da hora, haja
história, petiscos e bebericos!
Ela me contou que foi
trabalhar em uma escola e reencontrou outro antigo companheiro de estudos, ele,
que na época de escola era magrelo, usava óculos, era muito tímido, enrubescia
a cada vez que a professora chamava sua atenção, não chamava atenção de ninguém
e nem queria, vivia na dele, apesar da timidez era bem visto pela turma, era
estudioso, e sempre que o assunto eram textos da próxima aula tinha
algo interessante a dizer, era muito amigo e conselheiro de quem o procurava. Ela
era, e é até hoje uma tremenda pimentinha, dessas mulheres que chega chamando
atenção, não é nem um pouco discreta e nem quer ser, era a popular da turma. Eu
sempre conversei com todos, tinha amizade com os dois inclusive, mas aquela
combinação nunca me passou pela cabeça!
Numa bela tarde, saíram do
trabalho depois de um dia bem intenso, ele a convidou para uma cervejinha para
comemorar, ela aceitou, brindou, e mais uma, e mais outra, e outra, até que,
uma olhada sem óculos e a timidez desapareceu e a convidou, ela aceitou e a
tarde virou noite, e a noite madrugada, e a madrugada
manhã e a sintonia dos contrários foi tão intensa que nem perceberam o tempo
passar, veio carinho, fogo, tesão, calmarias, conversas, risadas e até planos
para um novo encontro e outro, e outro. Resultado? Seus olhos marejam quando
fala o nome dele, ela sorri a toa, parece boba. Confesso que surgiu até uma
pontinha de inveja, e entendi por que os contrários se atraem!
Marlene Borges
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