sábado, 15 de outubro de 2011

Uma sala vazia e ...


Já era fim de semestre e a maioria das salas pelos corredores fazia eco na escuridão da universidade.
Gabriela era  uma estudante habitualmente tímida, sentava-se no fundo da sala, tinha poucos amigos e estava sempre pelos cantos com livros em mãos, geralmente lia dois ou três ao mesmo tempo.
Mas havia alguns movimentos que chamavam sua atenção.
Por vezes, no café enquanto lia, levantava leve e discretamente seu olhar quando ouvia alguns rumores, não entendia bem, mas , em meio a tantas vozes de um ambiente como aquele  dava atenção especial a uma, seu coração palpitava com aquela risada alta, havia algo diferente, não era simples risada de uma pessoa cercada de outras que o  seguiam, era um brilho auditivo, sonoro, especial.
Desconcentrava, nem sabia mais qual era o parágrafo que havia acabado de ler, desistia, ia para a sala de aulas sem se conformar como uma presença podia lhe atormentar tanto.
Naquela noite, Gabriela estava decidida a colocar em pratica a fantasia que a voz estranhamente distinta em meio a mil,  lhe trazia a mente durante todos os dias de sua presença.
Sentou numa escada e começou a ler casualmente, mas estava tensa, porque  não tinha certeza se o dono da voz passaria por lá, mas depois de alguns minutos, veio a voz, as palpitações e a pessoa, num súbito se levantou, sem dizer uma palavra arrastou-o para a primeira sala do corredor e....


Marlene Borges

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